“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

William Sims e a Marinha dos EUA

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

 

William Sims (1858-1936), comandante das forças navais americanas que atuaram na Europa durante a Primeira Guerra Mundial.

No século XIX, nas batalhas entre navios, praticamente não se utilizavam canhões em função da dificuldade de acertar os alvos. Isto porque, com as oscilações provocadas pelo movimento do mar, era praticamente impossível obter sucesso nos disparos. Em 1809, um oficial da Marinha britânica, chamado Percy Scott, introduziu um mecanismo no suporte dos canhões que se movimentava em fase com o movimento marítimo, de tal modo que o índice de acerto nos alvos aumentou 3.000%.

Em 1900, um jovem tenente norte-americano, William Sims, observando o tal mecanismo na Marinha britânica, reportou o que viu a seus superiores hierárquicos. Como não recebeu resposta, e era persistente, escreveu para o escritório central em Washington, que refutou o relatório do tenente Sims. A alegação é que a ideia foi testada e provou ser ineficaz, já que seria impossível arranjar pessoas fortes o suficiente para movimentar os canhões em fase com o movimento marítimo. A equipe que testou a ideia chegou a esta conclusão porque a testou não no mar, onde a oscilação do navio diminui consideravelmente o esforço necessário para movimentar os canhões, mas sim em terra firme.

O tenente Sims escreveu novamente ao escritório central afirmando que a ideia não tinha sido testada propriamente e ganhou, com isso, uma repreensão por parte do seu superior hierárquico, por ser um causador de problemas, sendo aconselhado a cuidar tão somente dos afazeres que lhe diziam respeito. Sims, que não desistia facilmente, escreveu então ao presidente Roosevelt, que designou um inspetor para ouvir sua história. O procedimento foi então aplicado com muito sucesso, e Sims foi reconhecido e admirado pelas suas contribuições à Marinha norte-americana.  

ANDRÉ NETO, Antonio et. al. Empreendedorismo e desenvolvimento de novos negócios. Rio de Janeiro: FGV, 2013, p. 86. 

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