“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Ordem da Paixão

sexta-feira, 19 de maio de 2023

 

Philippe de Mézières (c. 1327-1405), fundador da Ordem da Paixão de Jesus Cristo, entrega o seu livro ao rei Ricardo II (r. 1377-1399).

Nos séculos XIV e XV a real importância das ordens de cavalaria, que existiam em grande número, era muito pequena, mas as aspirações professadas ao fundá-las eram sempre as do mais alto idealismo ético e político. Philippe de Mézières, sonhador político sem igual, desejava remediar todos os males do século por meio de uma nova ordem de cavalaria, a da Paixão, destinada a unir a Cristandade num esforço comum para expulsar os turcos. Burgueses e trabalhadores podiam entrar nela, ombro a ombro com os nobres. Os três votos monásticos seriam modificados por motivos práticos: em lugar do celibato apenas se requeria a fidelidade conjugal. Mézières juntou-lhe um quarto voto, desconhecido nas precedentes ordens, o da perfeição moral individual, summa perfectio. Ele confiou a tarefa de propagar a Militia Passionis Jhesu Christi a quatro messaiges de Dieu et de chevalerie (entre os quais se contava o célebre Othe de Granson), que deviam ir a "diversas terras e reinos pregar e anunciar a santa cavalaria referida como quatro evangelistas". 

HUIZINGA, Johan. O Declínio da Idade Média. 2ª edição. Tradução de Augusto Abelaira. Lousã, Coimbra: Ulisseia, s/d, p. 88. 

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