sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Representação de Nínive, uma das cidades fundadas por Ninrode.
"Cada cidade-estado da Suméria era governada por um patesi, que seria ao mesmo tempo o supremo sacerdote e chefe militar absoluto. Os deuses regionais eram os proprietários de todas as terras a quem os homens deveriam servir, sendo as cidades suas moradas terrenas. Junto aos templos das cidades, homenageando o seu deus patrono, eram erigidas enormes torres em forma piramidal chamadas zigurates. Elas eram feitas de tijolos maciços e serviam de santuários ou acesso aos deuses, quando eles desciam à Terra para visitar seu povo.
Os zigurates eram para os sumérios como uma espécie de link entre o céu e a Terra. As escadarias que subiam de sua base até o topo eram um caminho de ascensão aos deuses. Provavelmente o sonho de Jacó visualizando uma escadaria que vinha do céu em direção à Terra tenha relação direta com essa imagem cultural ainda presente em sua época (Gn 28:10-22). [...]
Diferentemente do Egito, os governantes mesopotâmicos, salvo raras exceções, não eram tidos como deuses, mas eram considerados seus representantes e intermediários. Logo, sua autoridade era divina e não podia ser questionada por aqueles que viviam em sua jurisdição.
Ninrode [segundo Gn 10:10-12, o fundador de oito grandes cidades] certamente viu nessa 'política divina' a oportunidade de unificar politicamente a região e ter o controle sobre as cidades-estados que viviam em constantes guerras, produzindo sucessivas hegemonias territoriais. Se ele promovesse a paz e conseguisse se estabelecer como o procurador-geral de todos os deuses, ganharia a confiança do povo e obrigaria os governantes regionais a lhe prestarem obediência. Foi talvez por isso que ele empreendeu o maior projeto arquitetônico de todos os tempos: construir o mais gigantesco de todos os zigurates, a torre de Babel."
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SILVA, Rodrigo P. Escavando a Verdade - a Arqueologia e as Incríveis Histórias da Bíblia. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 72-73.
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