quarta-feira, 15 de setembro de 2021
A Festa da Páscoa, 1464-67, óleo sobre painel de Dieric Bouts (c. 1415-1475).
"É verdade que os judeus da Idade Média frequentemente moravam nas proximidades da sinagoga, mas não residiam em um gueto fechado. E os bairros judeus também costumavam ficar bem perto da catedral e dos mercados da cidade. Os contatos com o mundo cristão não eram raros no móvel da vida cotidiana, e em certos lugares iam além das meras relações comerciais. Muitos judeus tinham conhecimento dos costumes e práticas cristãs, assim como alguns cristãos o tinham dos costumes e práticas judaicas. E, embora as duas comunidades rejeitassem a religião da outra, havia uma transferência subliminar de influência. Os costumes judaicos para o início do ano letivo nas escolas se assemelhavam às práticas cristãs, alguns temas litúrgicos dos cruzados entraram com leves modificações nas crônicas dos mártires judeus, e o culto dos lugares santos era parecido nas duas religiões. O Sêfer hassidim, o livro mais importante para os pietistas judeus alemães do século XIII - os Hassidê Ashquenaz - , estava repleto de polêmicas anticristãs, mas ao mesmo tempo dava testemunho de numerosos contatos entre os judeus e os cristãos."
BRENNER, Michael. Breve História dos Judeus. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013, p. 102-103.
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