“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Meu artigo na Alumni

sexta-feira, 3 de maio de 2013


Tenho imenso prazer em informar que o primeiro volume do Projeto Editorial Alumni - Relações de Poder: da Antiguidade ao Medievo / Relations of Power: from Antiquity to the Middle Ages está disponível para compra AQUI.


Na seção "História e Literatura Antiga" há um capítulo de minha autoria. Cliquem no título abaixo para baixá-lo:



Há ainda uma segunda parte: "História e a Literatura Medieval".

O empreendimento proporcionará um espaço permanente de divulgação de pesquisas para os pós-graduandos e recém-mestres e recém-doutores em âmbito nacional e internacional. Como puderam ver, a obra dispõe de uma ampla gama de textos em História e Literatura Antiga e Medieval. Neste volume, os autores debateram as relações de poder e o pensamento político em diversos contextos e recortes espaciais/temporais. O projeto é dirigido pelos mestres Carlos Eduardo da Costa Campos (CEHAM/UERJ) e Renan Marques Birro (CEHAM/UERJ), assim como pelas doutorandas Liliane Coelho (UFF) e Mariana Bonat Trevisan (UFF).

Meus parabéns à direção do Projeto Editorial Alumni. Estou feliz por oferecer mais essa singela contribuição à comunidade acadêmica.

Juventude, amizade e riqueza para os gregos

quinta-feira, 2 de maio de 2013

   Os jovens são propensos aos desejos passionais e inclinados a fazer o que desejam; são volúveis e rapidamente se fartam; são impulsivos, irritadiços e deixam-se arrastar pela ira. Deixam-se arrastar pela ira. Deixam-se dominar pela fogosidade, não suportam que os desprezem (...). Têm bom caráter, porque ainda não viram muitas maldades. São confiantes e otimistas. A maior parte deles vive de esperança; são fáceis de enganar, são corajosos, impulsivos (...) Amam seus amigos e companheiros porque gostam de conviver com outros (...) Em tudo pecam por excesso: amam em excesso, odeiam em excesso, acham que sabem tudo e são teimosos. Cometem injustiças por insolência, não por maldade... 

ARISTÓTELES (384-322 a.C.) 
Retórica, 1389a-1389b.

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   A riqueza proporciona, aos homens, amigos e honrarias, e está próxima do trono sublime tirania.
   Diante da riqueza, não mais se conhecem inimigos, e quem o foi, nega ter odiado.
   A riqueza se insinua livremente onde não é lícito e onde é lícito, enquanto o homem pobre sob nenhuma condição consegue alcançar o que deseja, ou sequer o encontra.
   Quem de corpo é feio de se ver e sem graça no falar, este o dinheiro faz sábio e de agradável aspecto.
   Só o rico é livre para adoecer, ou ficar são, e imunizar-se dos males.

SÓFOCLES (c. 497 a.C. - c. 406 a.C.)
Fragmento 85. 
In: Nauck, August. Tragicorum graecorum fragmenta. 2ª ed., Leipzig, 1899, pp. 148-149. Apud Thomson, George. Mercado e democracia na Grécia. In: Pinsky, Jaime. Modos de Produção na Antiguidade. 2ª ed. São Paulo: Global, 1984, pp. 194-195.


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A felicidade não consiste em adquirir coisas, mas na boa disposição da alma. Se uma alma foi bem educada, é semelhante alma e semelhante homem que devem ser chamados de 'felizes', não um homem provido de bens exteriores, mas que não vale nada por si mesmo. 

ARISTÓTELES (384-322 a.C.) 
Protéptico(Exortação, Προτρεπτικός), Prólogo.


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Imagem: Tetradracma de Atenas, séc. V a.C. O anverso traz um retrato de Palas Atena, deusa patrona da pólis.  

O trabalho na Roma Antiga

terça-feira, 30 de abril de 2013

Há algum tempo eu tive a satisfação de publicar o texto "Melhor é ser escriba", fonte a partir da qual é possível ter uma ideia razoável das profissões no Egito antigo. Hoje eu apresento-lhes um documento republicano sobre o valor das profissões na antiga Roma. Trata-se de um excelente exemplo do que pensavam os romanos a respeito do trabalho:


Quanto às profissões que devem ser consideradas dignas de um homem livre e as que não o devem, eis o ponto de vista geralmente aceito. Em primeiro lugar, são consideradas as profissões que suscitam a antipatia dos outros, como as de cobrador das taxas portuárias e as de prestamista. Também não liberais e inferiores são as profissões de todos que trabalham por salário, a quem pagamos o trabalho e não a arte, porque no seu caso o próprio salário é um atestado de escravidão. Temos também que considerar inferiores aqueles que compram a comerciantes para revender imediatamente, pois não conseguiriam obter lucros se não mentissem descaradamente. E todos os artífices que se dedicam a negócios inferiores porque nenhuma oficina pode possuir qualidades apropriadas a um homem livre. As atividades de menor valor são aquelas que se relacionam com os prazeres sensuais: 'peixeiros, carniceiros, cozinheiros, negociantes de galinhas e pescadores', como diz Terêncio, aos quais se pode acrescentar os perfumistas, os dançarinos e todos aqueles que apresentam espetáculos musicais de baixa categoria. Mas as ocupações que requerem um maior grau de inteligência ou das quais a sociedade extrai um não pequeno benefício - tais como a medicina, a arquitetura, ou o ensino - são respeitáveis para aqueles cuja situação convém. O comércio, se praticado em pequena escala, deve ser considerado inferior; mas, se em larga escala e extensivo, importando muito de todo lado e distribuindo a muitos sem falsa sobrevalorização, não deve ser grandemente censurado. Efetivamente parece mesmo ser digno do maior respeito se estes que se ocupam daquele comércio, saciados, ou melhor dizendo, satisfeitos com os seus proventos, se encaminharem do porto para uma propriedade tal como muitas vezes se transferiram do mar para o porto. Mas de todas as coisas que podem dar lucros a um homem, não há nada melhor do que a agricultura, nada mais produtivo, mais doce, nada que melhor convenha a um homem livre.
Cícero, De Officiis, I, XLII.


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Imagem: Escravos trabalhando numa cozinha romana.

O que eu [ainda] não sei de Lula

quinta-feira, 28 de março de 2013

"O segredo do demagogo é se fazer passar por tão estúpido quanto sua platéia, para que esta imagine ser tão esperta quanto ele." Karl Kraus (1874-1936)

Neste blog eu trato precipuamente de assuntos históricos, especialmente os relativos à Antiguidade Clássica. No entanto, é impossível não se interessar pela atualidade, sobretudo por tudo o que gira em torno da nossa liberdade e da democracia. Sobretudo vivendo em uma realidade atemporal: "O Brasil é o país em que o passado não passa nunca, o futuro nunca chega e o presente não se apresenta" (José Nêumanne Pinto).

Assim, um dos maiores intérpretes desse país exótico, surreal, é o Lula. Isso mesmo, o caesar tupiniquim. E quem interpreta essa figura é o grande jornalista e escritor José Nêumanne Pinto. Famoso por seus comentários lépidos no quadro "direto ao assunto", do SBT, Nêumanne desvenda o homem por detrás do mito: Lula é um personagem amoral, dotado de qualidades mas incapaz de constituir-se num estadista baseado em princípios inovadores sólidos. Como sintetizou o Estadão em 2011, quando o livro foi lançado:

[Lula] resistiu a participar do sindicato, foi contra a aliança de trabalhadores com estudantes, menosprezou o apoio da Igreja Católica, resistiu à campanha Diretas-Já, vetou a colaboração do PT com o governo Itamar Franco, boicotou a Constituinte de 1988, criticou o Plano Real e considerou "herança maldita" os avanços sociais de Fernando Henrique Cardoso, seu predecessor. Quem construiu esse perfil, antes de chegar à Presidência da República e deixar o poder, ao fim de oito anos de mandato, com mais de 80% de aprovação popular, só pode ser considerado um conservador e essa é a avaliação do jornalista José Nêumanne Pinto no livro O que eu sei de Lula (Topbooks, 522 pgs.), no qual chega a uma conclusão, no mínimo, surpreendente: "Lula nunca foi de esquerda."

In: Estadão

Uma das revelações mais surpreendentes de Nêumanne é que Lula não concordou que os brasileiros exilados retornassem ao país, após a anistia promulgada pelo regime militar. Eu recomendo a entrevista do jornalista que, a despeito do título do seu livro, não contou tudo o que sabe de Lula.

Assim, aos olhos de Nêumanne, por ter delatado colegas  de trabalho para ter vantagens pecuniárias e, enfim, por ter sido um amoral em tudo, Lula não pode ser considerado de esquerda. Essa análise, segundo Olavo de Carvalho, está equivocada. O "filósofo do conservadorismo" acusa Nêmanne de cair num cacoete mental muito comum entre os intelectuais brasileiros, qual seja, considerar que "ser de esquerda" é apenas ser "esquerdista puro". Nenhum grande representante da esquerda, começando por Karl Marx, foi um idealista "puro"; todos foram uns cínicos que procuraram sempre ter vantagens pessoais. Assista ao vídeo no qual Olavo expõe a sua crítica.

Por outro lado, se a sua interpretação nem sempre é correta, os fatos que Nêumanne apresenta ao público são interessantíssimos. E ainda mais notável é a sua explicação do sucesso de Lula: as pessoas se identificam com ele, mas não devido às suas supostas qualidades (simplicidade, ser um grande comunicador, ser um nordestino self-made man), mas graças aos seus defeitos (corrupção, amoralidade, malandragem, etc.). Lula sempre lucrou de seus reveses, como bem o mostra o episódio do mensalão.

Nêumanne considera o Lula o maior político brasileiro. Isso levou alguns a acharem que, por isso, ele exalta o "sapo barbudo". Todavia, não se trata disso. Pelo contrário. Como a política, o cinismo e a rapinagem são companheiros inseparáveis no Brasil, Nêumanne, na verdade, "detona" o Lula, que é um autêntico seguidor de Maquiavel (embora sem nunca o ter lido). O Lula é um completo sem escrúpulos, ponto. Portanto, Nêumanne teria enaltecido o Lula se o tivesse considerado o maior estadista do Brasil, o que evidentemente ele nunca foi e nunca será. É, no máximo, o maior político, no sentido "brasileiro" do termo, o que não é praticamente um xingamento.

Enfim, após ler tantos artigos e ver tantas entrevistas, só lamento ainda não ter lido o livro, cujo preço é salgado. Recentemente, contudo, ele passou a ser oferecido a um preço promocional, no site da Saraiva.    

«Os Intelectuais» e Paul Johnson

quinta-feira, 21 de março de 2013

Como já se tornou tradição neste blogue, de tempos em tempos surge uma sugestão de leitura. Desta vez, além da indicação, deixarei também a dica de uma entrevista com o autor, neste caso, o historiador e pintor (quem diria!), Paul Johnson (1928- ). Católico e admirador dos Estados Unidos, Johnson é para muitos "a voz da direita" nos meios acadêmicos internacionais. Conhecido por suas opiniões polêmicas e críticas contundentes à esquerda, em 1998 ele concedeu uma imperdível entrevista à revista Veja

Dez anos antes da entrevista, um dos livros de Johnson, Intellectuals, era publicado. Foi traduzido para o português. Incrível que um livro anti-esquerdista tenha sido traduzido em nosso país. Mais incrível ainda é que o tenha sido apenas dois anos após a sua publicação (isto é, em 1990), e neste caso temos que parabenizar a Imago pelo feito. Pode ter sido uma grande jogada comercial, visto que uma das maiores aberrações de todos os tempos, a URSS, dava os seus últimos suspiros. De qualquer forma, a editora merece o nosso apreço. 

Relativamente à entrevista, selecionei duas perguntas, a título de comentário ao próprio livro em questão, e ao tema que o cerca. Abaixo segue o link, e eu recomendo a leitura da entrevista na íntegra. 

Veja — Em seu livro Intelectuais, o senhor diz que a grande questão da vida intelectual é a posição a assumir diante do problema da violência. A violência pode ser moral e intelectualmente justificável?
Johnson — Nada me intriga mais na vida de pensadores renomados do que perceber que um grande número deles apoiou ou apóia a violência em diversas situações. O francês Jean-Paul Sartre, por exemplo, sustentava que a violência era tolerável em certas circunstâncias. Algumas das pessoas que seguiram seus ensinamentos foram ainda piores — basta pensar no grupo de intelectuais responsável pelos massacres no Cambodja, todos discípulos de Sartre. Outro caso de filósofo que deplorou a violência em certos casos e a endossou em outros foi o inglês Bertrand Russell. Ele chegou a sugerir um ataque nuclear preventivo contra a União Soviética. De minha parte, sigo um dos mandamentos da Igreja — "Não matarás". Acho, porém, que exista algo como a "guerra justa", no sentido descrito por Santo Tomás de Aquino no século XIII. Já a violência do dia-a-dia, que afeta a vida dos cidadãos, é um problema espinhoso. Combatê-la com a violência do Estado seria legítimo? A tão discutida pena de morte, por exemplo, é um desses casos sobre os quais pessoas de boa vontade, inteligência e educação terão sempre opiniões conflitantes.

(...)

Veja — O senhor não acredita que haja um legado de esquerda a ser explorado no presente?
Johnson — Não. Karl Marx foi um embusteiro intelectual que distorcia fatos. É claro que seu sistema não funcionou quando aplicado à União Soviética: estava todo embasado em falsidades. Seu único legado foi conduzir um país rico como a Rússia à pobreza. Não há qualidades redentoras, nenhuma que seja, no marxismo. Aqueles que discordarem de mim, que mostrem provas. Mostrem-me um regime que tenha empregado princípios marxistas e tenha melhorado a vida de seus cidadãos. Não há. Todos que enveredaram por esse caminho na Europa, América Latina, Ásia ou África falharam. Também não faço nenhuma distinção entre nazismo, comunismo e fascismo. Foram todos movimentos totalitários e radicais pertencentes à esquerda. Marx, afinal de contas, derivou todas as suas teorias de Hegel, assim como os nazistas. Todos os sistemas totalitários do século XX foram de esquerda: apenas na superfície pareceram pertencer à direita. Todos os sistemas radicais do século XX foram ruins segundo os mais retos padrões morais. São sistemas que não podem ser melhorados ou civilizados. É impossível um comunismo com face humana. O regime chinês não se humanizará. Com sorte, desaparecerá no tempo, e é tudo que podemos dizer. 

In: VEJA

(Leia outra entrevista de Johnson AQUI. Leia também um artigo sobre como Marx e o marxismo promovem a violência e o racismo; clique AQUI). 

A importância da História

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A importância da História. Nunca será demais ressaltá-la. Um mundo desorientado, pitagórico, que não se cansa de repetir a famigerada pergunta "para quê serve?", precisa meditar mais sobre a importância da História. Precisa refletir mais sobre si mesmo. 

Por isso, partilho a citação abaixo, que li há mais de seis anos. No link abaixo é possível ter acesso ao artigo completo, em inglês.

"A culturas antigas dedicavam muito tempo e esforço para ensinar sua história aos filhos da família. Pensava-se que o passado ajudava as crianças a entenderem quem eram. Porém, a sociedade moderna voltou as costas para o passado. Vivemos em um tempo de rápidas mudanças, tempo de progresso. Preferimos nos definir em termos de aonde estamos indo, não de onde viemos. Nossos antepassados não têm importância para nós. Viveram em tempos tão diferentes dos nossos que não podem esclarecer nossa experiência. O homem é tão mais esperto agora do que era até dez anos atrás que tudo o que vem do passado é antiquado e irrelevante para nós. Então, o passado, até o relativamente recente, na mente da maior parte de nós, está coberto por névoas e só é visto muito vagamente. Nossa ignorância do passado não é resultado de falta de informações, mas de indiferença. Não acreditamos que a História tenha importância.
Mas a História é importante. Foi dito que aquele que controla o passado controla o futuro. Nossa visão da História forma o modo como vemos o presente, e então, dita as respostas que oferecemos aos problemas existentes." – David Crabtree, "The Importance of History"The McKenzie Study Center - MSC (November 1993). Último acesso em 1º de maio de 2016.

«Carta do bom administrador público»

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

CÍCERO. Manual do candidato às eleições, Carta do bom administrador público, Pensamentos políticos selecionados. Tradução, introdução e notas de Ricardo da Cunha Lima. São Paulo: Nova Alexandria, 2000.

Quando um dos maiores oradores de todos os tempos decidiu escrever um manual da boa administração pública para o irmão, o resultado só poderia ser o Manual do Candidato às Eleições.

Sem maiores delongas, cito alguns extratos desse belo texto, também incrivelmente atual:

1) Sobre a meta do administrador público:

Ao meu ver, todas as tarefas devem ser executadas pelos que governam outras pessoas tendo em mente o seguinte critério: que os indivíduos que estiverem sob seu governo sejam os mais felizes do mundo.
Cícero, Carta do bom administrador público, VIII.24.

2) Sobre a dívida cultural para com a Grécia:

De fato, não vou me envergonhar de dizer - ainda mais ostentando uma vida e realizações em que é impossível vislumbrar a menor suspeita de indolência e leviandade - que tudo o que perseguimos, alcançamos graças aos conhecimentos e às artes que nos foram transmitidas pelos monumentos e pelas lições da Grécia.
Idem, IX.28.

3) O ideal estóico de autocontrole:

(...) Se você não pode evitar inteiramente que seu espírito seja tomado pela raiva antes que a razão possa se precaver contra isso, então, prepare-se com antecedência e relembre, todos os dias, que deve resistir à irritação; e é exatamente quando ela revolver intensamente sua alma que você deve com o maior esforço conter a língua. Isso, aliás, me parece às vezes uma virtude superior, em comparação com o fato de não se irritar por completo, o que, com efeito, não é apenas um sinal de seriedade, mas, não raro, de apatia. No entanto, moderar a alma e a fala, quando se está irado, ou até mesmo calar-se e manter sob controle a emoção do espírito e a indignação, se isso não revela uma sabedoria perfeita, pelo menos indica uma capacidade acima da média.
Ibid., XIII.38.

4) O que esperar dos coetâneos e dos pósteros

(...) Devote inteiramente sua alma, sua atenção e seu pensamento a conquistar o elogio de todas as pessoas, por toda parte.
Ibid., XIV.41.

Você não deve levar em conta apenas a opinião e o julgamento das pessoas que vivem hoje, mas também das futuras gerações: a bem da verdade, o julgamento destas é que será mais justo, livre de picuinhas e de inveja.
Ibid., XV.43.