“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

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Villa Borghese, Roma, Itália.

O Comunismo nos Estados Unidos

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

O Partido Comunista dos Estados Unidos (CPUSA) está comemorando seu aniversário de 100 anos.

Por ocasião da Revolução Bolchevique na Rússia, em 1917, americanos da ala esquerda do Partido Socialista demonstraram interesse pelo acontecimento. Por anos, os socialistas tentaram fazer com que o governo se apropriasse de todas as principais indústrias e socializasse o país, mas essa tentativa de reforma legislativa havia falhado. Foi então que, inesperadamente, em novembro de 1917, soube-se que os bolcheviques haviam tomado o poder pela via revolucionária, promovendo o socialismo imediatamente na Rússia.

Os socialistas americanos entenderam então que essa seria a fórmula para impor o socialismo nos Estados Unidos. Criaram um Partido Comunista e passaram a praticar atividades revolucionárias para sovietizar o país o quanto antes. Eles foram apoiados por John Reed, um jornalista que havia acabado de retornar da Rússia com um entusiasmo contagiante pelo comunismo mundial. 

O grupo entrou em contato com Moscou e foi convidado a enviar delegados à Rússia em março de 1919. Eles foram com o objetivo de apoiar a Terceira Internacional (uma réplica da Primeira Internacional de Marx; ambas foram criadas para fomentar a revolução mundial). Quando voltaram, começaram a sua campanha. John Reed agitou os trabalhadores através do New York Communist. Logo as fileiras comunistas incharam com os membros da antiga International Workers of the World, I. W. W., que havia empregado técnicas de sabotagem e violência durante a Primeira Guerra Mundial.

O Partido Comunista Russo enviou aos comunistas americanos C. A. Martens e uma substancial quantia de dinheiro. O plano era estabelecer células revolucionárias dentro dos sindicatos e das Forças Armadas dos Estados Unidos. À medida que o movimento progredia, representantes foram enviados à Rússia a fim de solicitar permissão para criarem o "Partido Comunista dos Trabalhadores dos Estados Unidos" como ramificação da Internacional Comunista. Posteriormente, o termo "dos Trabalhadores" foi retirado do nome do partido.

Os diretores do novo Partido Comunista assinaram "Vinte e Uma Condições para Admissão", documento que lhes causou embaraço quando o partido foi obrigado a registrar-se, em 1952, como órgão sob o controle da União Soviética. Além de passarem a se subordinarem à Internacional Comunista, uma das condições, por exemplo, obrigavam os filiados a disseminarem "vigorosa e sistemática propaganda [comunista] no exército". Se tal propagando fosse proibida, ela deveria ser efetuada por meios ilegais.

Foram compromissos básicos como esses que levaram o U.S. Subversive Activities Control Board (Comitê de Controle de Atividades Subversivas dos Estados Unidos) a declarar em 1953, após amplas audiências, que os integrantes do Partido Comunista dos Estados Unidos consideravam a lealdade devida ao seu país subordinada à sua lealdade e obrigações perante a União Soviética.   

Adaptado de SKOUSEN, W. Cleon. O Comunista Exposto - desvendando o comunismo e restaurando a liberdade. Tradução de Danilo Nogueira. Campinas, SP: Vide Editorial, 2018, p. 176-183.

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