terça-feira, 7 de maio de 2024
Os intelectuais dão às pessoas que já têm a desvantagem da pobreza outra desvantagem adicional: a de que são vítimas.
Eles agem como se fossem sujeitos ungidos, detentores do privilégio exclusivo de decidir quais segmentos da sociedade devem ser favorecidos, quais seriam as pessoas autorizadas a realizar associações e quais não estariam autorizadas, quais pequenos riscos as pessoas estariam proibidas de contrair e a quais riscos bem maiores estão liberadas.
Eles romantizaram culturas que deixaram seus povos atolados na pobreza, na violência, na doença e no caos, ao mesmo tempo que vilipendiam culturas que trouxeram prosperidade, avanços médicos, lei e ordem ao mundo. Ao fazer isso eles frequentemente desconsideram ou filtram o fato de que multidões de pessoas fugiam das sociedades romantizadas pelos intelectuais, indo viver nas sociedades que eles condenavam.
A intelligentsia é muito hábil em encontrar todo tipo de desculpas para o comportamento criminoso, ao mesmo tempo que é igualmente apta para imputar má conduta à polícia, mesmo quando discutindo questões sobre as quais não têm qualquer conhecimento técnico nem experiência, como acontece com o problema das trocas de tiro.
Eles encorajam os pobres a acreditarem que sua pobreza é culpa dos ricos, uma mensagem que pode representar um incômodo passageiro para o rico, mas que se torna desvantagem duradoura para o pobre, que pode, com isso, não ver a necessidade de fazer mudanças fundamentais em sua própria vida, as quais poderiam melhorar sua condição socioeconômica, em vez de focar seus esforços para prejudicar os outros.
SOWELL, Thomas. Os Intelectuais e a Sociedade. Tradução de Maurício G. Righi. São Paulo: É Realizações, 2011, p. 483-484.
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