“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Ascensão das Elites Locais Brasileiras

terça-feira, 11 de julho de 2017

Charge de Storni, Revista Careta, Rio de Janeiro, 1927. O "voto de cabresto" foi uma das principais estratégias políticas dos coroneis na Primeira República.

"A República representou o fim do 'unitarismo' do Império, consagrado na Constituição de 1824 e utilizado até o fim como uma arma dos setores dominantes do Sudeste contra qualquer tentativa de autonomia regional. O advento da República e, com ela, da Federação consagrou os desejos de largas camadas das elites dominantes do país que, no sistema anterior, não tiveram, até então, qualquer possibilidade de ascensão ao poder. Ou, de outra forma, sua participação no poder dependido do grau de submissão e colaboração com a elite dominante do Império, no caso a poderosa classe de senhores de terras - os plantadores de café - associados com os interesses comerciais, tanto nacionais quanto do imperialismo. 

O estabelecimento da República, a bem da verdade o estabelecimento da Federação, permitiu que as diversas oligarquias locais ascendessem ao poder, no seu âmbito regional, assumindo o controle da máquina administrativa, em particular da fiscalidade, construindo mecanismos para sua eternização no poder. Essa era a alma do coronelismo." 

MONTEIRO, Hamilton de Mattos. Da República Velha ao Estado Novo. Parte A - O aprofundamento do regionalismo e a crise do modelo liberal. In: LINHARES, Maria Yedda (org.). História Geral do Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1990, p. 302.

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