“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Lutero: A Força da Moderação

sábado, 8 de julho de 2017

Centro comercial da moderna Zwickau, cidade de onde partiram os "profetas", influenciados por Thomas Müntzer, em dezembro de 1521.

Para Lutero, os profetas de Zwickau "não eram de Deus; eram, portanto, do diabo - ou, pelo menos, usados por Satã contra a verdade; era preciso desnudá-los e desmascará-los. Porque, enfim, muita gente clamava, contra os homens já perseguidos pelo magistrado de Zwickau, medidas rigorosas; e isso, não, Lutero não podia tolerar. Foi essa sua preocupação primeira: nada de sangue, nada de suplício! (...) Em 6 de março [de 1522], Lutero chegava a Wittenberg. Na véspera, de Borna, endereçara a Frederico sua famosa carta. Três dias depois, no domingo, 9, subiu ao púlpito. Tomou a palavra. Manteve-a por oito dias. 

Durante oito dias pregou, com simplicidade, força, clareza irresistíveis, com moderação singular também, com senso superior de medida e equidade. (...) 

Assim, em uma semana, os corações foram reconquistados e tocados, até os mais violentos, por aquela força serena. Ele estivera certo ao proclamar: pregada por ele, soberana era a Palavra. E então, já que também em outros lugares os espíritos se agitavam e deixavam seduzir, ele partiu. Viram-no, ouviram-no, sentiram sua força em Altenburgo, Borna, na própria Zwickau, também em Erfurt e em Weimar. Em todo lugar, sucesso, multidões subjugadas, a mesma demonstração de uma força e moderação repleta de autoridade."  

FEBVRE, Lucien. Martinho Lutero, Um Destino. Tradução de Dorothée de Bruchard. São Paulo: Três Estrelas, 2012, p. 250-251.

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